Num mundo onde a segurança é uma prioridade incontestável, a atenção voltada para a segurança passiva contra incêndio é mais crucial do que nunca. O incêndio sucedido recentemente em Valência, embora ainda sob investigação, aponta para causas semelhantes ao que se passou, em 2017, na Torre Grenfell, que vitimou 72 pessoas e tirou a casa dezenas de famílias britânicas.
A edição deste ano da Proteger 2024, evento organizado anualmente pela APSEI, contará com a participação de Jose Torero, da UCL University, que apresentará as “Conclusões e Consequências do Incêndio de Grenfell”.
Ainda focado no tema da protecção passiva, a conferência irá contar com um workshop sobre “Mitigação de Incêndios desde a Fase de Projecto”, liderado por Lilian Ciconello, da Associação Brasileira de Protecção Passiva | ABPP, e com Karl Wallasch, da Trigon Fire Safety Engineering, para apresentar a perspectiva do Reino Unido, sobre “Fire Safety for Tall Buildings”. O evento decorre nos dias 10 e 11 de Abril, no Centro de Congressos do Estoril.
“A necessidade de redução do consumo de energia nos edifícios tem levado ao uso novos materiais, que melhoraram o isolamento térmico nas fachadas. No entanto, os dados mostram que alguns destes materiais possuem características combustíveis e podem ter um papel significativo na propagação das chamas em fachadas, aumentando os riscos associados a incêndios no exterior dos edifícios. Eventos, como o trágico incêndio na Torre Grenfell, evidenciam falhas relacionadas com o uso de materiais inadequados para utilização em fachadas, pois resultam numa rápida propagação do fogo,” afirma representante da Associação Portuguesa de Segurança – APSEI.
A segurança passiva contra incêndio (SCIE) refere-se a um conjunto de medidas de segurança e utilização de elementos e materiais de construção adequados que são incorporados desde a fase inicial de projecto até a conclusão da construção.
Ao contrário das medidas activas, como sistemas de supressão e extinção de incêndios, a segurança passiva é intrínseca à estrutura e aos materiais utilizados. É um investimento em prevenção, protegendo vidas e propriedades.
As fachadas, frequentemente consideradas elementos estéticos ou decorativos, estão a tornar-se um ponto de vulnerabilidade significativo quando se trata de prevenção e controlo de propagação de incêndios.
É imperativo reconhecer e abordar esta questão, assim como a necessidade de regulamentações mais rigorosas sobre os materiais utilizados nas fachadas, para garantir a segurança dos ocupantes e propriedades.
Para mais informações sobre a Proteger 2024, visite o site do evento aqui.