A DP World Austrália, operador portuário e um dos maiores do mundo, foi alvo de um ciberataque no início do mês e tem colaborado estritamente com o Governo e a trabalhar para restabelecer as operações e perceber os impactos do ataque.
O governo australiano descreveu o incidente como “grave e contínuo”, o qual obrigou o operador portuário DP World Australia a suspender as operações em portos de vários estados.
A DP World Australia, que gere quase metade das mercadorias que entram e saem do país, disse que estava a analisar possíveis violações de dados, bem como a testar sistemas “cruciais para a retoma das operações normais e do movimento regular de mercadorias”.
Algumas notícias davam conta da paralisação de alguns portos australianos, porém, a autoridade portuária daquele país já veio esclarecer que a perturbação está isolada aos terminais da DP World, sendo que os portos e outros terminais da Austrália mantiveram-se operacionais.
A violação interrompeu as operações nos terminais de contentores em Melbourne, Sydney, Brisbane e Fremantle, na Austrália Ocidental.
O Coordenador Nacional de Cibersegurança, Darren Goldie, nomeado este ano em resposta a várias violações de dados importantes, disse que a “interrupção” era “suscetível de continuar durante vários dias e terá impacto no movimento de mercadorias para dentro e para fora do país”.
Na região da Ásia-Pacífico, a DP World diz que emprega mais de 7.000 pessoas e tem portos e terminais em 18 locais.
A DP World Australia afirmou esta terça-feira que os piratas informáticos acederam a ficheiros com dados pessoais de funcionários, depois de um incidente cibernético ter obrigado a suspender as operações durante três dias.
A violação, detectada a 10 de Novembro, prejudicou as operações da empresa, que gere cerca de 40% das mercadorias que entram e saem da Austrália, afectando os seus terminais de contentores em Melbourne, Sydney, Brisbane e Fremantle, na Austrália Ocidental.
“Embora a investigação tenha demonstrado que os dados dos clientes não foram afectados, alguns dos dados afectados incluem informações pessoais de funcionários actuais e anteriores”, afirmou a empresa, que faz parte da DP World, empresa estatal do Dubai, num comunicado.
De acordo com um relatório governamental recentemente publicado, os grupos cibernéticos e os piratas informáticos patrocinados pelo Estado intensificaram o seu ataque às infra-estruturas críticas, às empresas e às residências da Austrália, registando-se um ataque a cada seis minutos.
A DP World não forneceu quaisquer pormenores sobre os autores do ataque, mas afirmou que a sua investigação confirmou que o incidente se limitou às suas operações na Austrália e não afectou quaisquer outros mercados onde a empresa opera.
Não foi encontrado ou implantado nenhum ransomware na rede da DP World Austrália, disse a empresa.
Após ter detectado a violação, a DP World, um dos poucos intervenientes no sector da estiva na Austrália, desligou-se da Internet, o que teve um impacto significativo nos movimentos de carga.