A Ajax apresentou, na passada sexta-feira, a nível mundial os mais recentes produtos para a área da segurança electrónica. A Security Magazine falou com Cláudio Diniz Dias, pre-sales manager da Ajax em Portugal, durante o evento que reuniu nos escritórios da Visiotech, em Lisboa, quase uma centena de profissionais.
Security Magazine – A Ajax acaba de apresentar, a nível mundial, uma série de novidades em segurança electrónica. Qual a importância destes novos lançamentos?
Cláudio Diniz Dias – Este é um reposicionamento da marca naquilo que é o mercado de segurança electrónica a nível mundial. Há, no fundo, uma mudança de paradigma e filosofia. O próprio CEO da Ajax salienta que a filosofia muda de “A segurança como uma arte” para “Domina o teu espaço”.
A nova filosofia traz esta abrangência da marca a outros segmentos da segurança, seguindo sempre uma linha de desenvolvimento semelhante à utilizada no início da sua actividade, ou seja, ter um completo domínio do que é desenvolvido, fazê-lo em segurança e dar ao utilizador e instalador uma boa experiência e facilidade na instalação.
Além das pequenas alterações que estávamos a fazer, ao sair da área sair da área da segurança e irmos para equipamentos da área de conforto e qualidade de vida, conseguimos preencher outra área – a videovigilância. Esta área, juntamente com a detecção de intrusão, é complementar e essencial daquilo que é a efectividade de uma solução de segurança no utilizador final.
O foco da marca mantém-se no residencial ou abre a porta também a outro segmento?
Já nos tínhamos tornado mais abrangentes nesse sentido. O nosso core inicial foi o mercado residencial, retalho e instalações mais pequenas. Com a linha de fibra, que o mercado já era conhecedor, queremos dar resposta a essas instalações de outros segmentos maiores, como instalações industriais. Com a linha de fibra temos equipamentos que conseguem responder aos desafios colocados nessas instalações. Estas instalações, ao terem esses desafios, também são objecto de fiscalizações e requisitos normativos independentes europeus. Em Portugal, por exemplo, temos variadas entidades sujeitas a essas regulamentações, como farmácias, actividades bancárias e comerciais.
Pretendemos, com a criação desta linha, dar resposta a esses mercados e para os quais existe normativa. Para tal, certificámos os nossos produtos e fizemos com que pudessem responder a essas normas, sendo que em alguns casos superamos os requisitos exigidos. O foco é esse e é nesse sentido que conseguimos avançar e conquistar outros segmentos.
O vosso desenvolvimento e produção está na Europa?
A nossa matriz conta com o desenvolvimento próprio quem nos permite dominar o produto do início ao fim. Desde o software, tudo é feito in-house. Com isso, conseguimos garantir que o produto será como o idealizámos, tanto a nível de funcionalidade como da própria segurança do mesmo. Garantimos que não é fácil, – é quase impossível -, entrar num equipamento nosso pois as linhas de código não estão disponíveis ao público e foi feito por nós. Há outros fabricantes que podem ter uma base Linux, Android, Windows, que estão mais expostos a vulnerabilidades que esses sistemas possam ter. Além de que são sistemas que têm sempre muita gente a “olhar” para eles.
A nossa produção é feita numa fábrica na Ucrânia, muito próxima da Polónia. A sede permanece também em Kiev, com as redundâncias necessárias. Temos também uma fábrica na Turquia que é redundante da fábrica da Ucrânia. Fazemos a produção de tudo o que é mais simples, como por exemplo a injecção de plástico. Para toda a logística e cadeia de abastecimento contamos com os nossos distribuidores, nomeadamente a Visiotech, empresa que esta connosco desde o nascimento da marca, que foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso da marca no início e com o qual temos uma relação umbilical, tendo sido o primeiro grande distribuidor a apostar na marca numa fase inicial. Com base nisso, a nossa relação tornou-se numa parceria muito sustentável e contamos com a logística que nos oferecem para o mercado da Iberia. Além disso, contamos com outros parceiros noutros mercados, como Itália e Norte da Europa, mas a premissa é a mesma.
A grande novidade que acaba de ser lançada é a aposta na linha de CCTV. Que aposta é esta e que desafio tem, face ao facto de ser um mercado de forte concorrência? Continuarão a trabalhar com os outros players?
É um mercado que tem muita concorrência, à semelhança do da detecção de intrusão. Estamos a entrar neste mercado, trazemos um produto novo, sob o qual temos muita expectativa. As expectativas também estão relacionadas com o valor que podemos aportar, desde o início, ao desenvolvimento desse produto. Contámos com especialistas que trabalhavam na indústria envolvidos no nascimento do produto e que trouxeram os requisitos e sabiam das dificuldades relacionadas com as necessidades do dia-a-dia deste tipo de produto. Procuramos trazer um produto com características disruptivas. Trazemos um produto que tem Inteligência Artificial, faz classificação de objecto e permite-nos ter alarmes baseado nessas premissas. É algo fantástico podermos trazer um produto com todas essas funcionalidades e para as quais não necessitarmos de um processamento central, ou seja, a decisão é feita por cada uma das câmaras, existindo um processador na câmara responsável por esse tipo de análise de metadados.
É um produto que vai surpreender pela positiva. Além disso, temos toda a experiência que damos ao utilizador. Quem tem a aplicação e gere sistemas de intrusão passa a ter um sistema de CCTV complementar a todo esse sistema de detecção de intrusão, no mesmo local, com uma facilidade de acesso brutal.
Em relação ao outros players não iremos deixar de integra-los e considera-los. Com o lançamento de câmaras e do NVR tornamo-nos numa solução mais fechada e quem a procura já tem essa opção.