A European Security Transport Association (ESTA na sigla original) denunciou à Comissão Europeia o que entende ser uma campanha de desinformação levada a cabo pelas gigantes VISA e MasterCard, na qual “promovem o medo junto das pessoas, instando-as a não utilizar o numerário como meio de pagamento, divulgando mensagens falsas visando incentivar o uso de pagamentos eletrónicos sem contacto (mais conhecido por contactless)”, refere.
Num pedido de reunião enviado à presidente Ursula Von der Leyen, a ESTA acusa as duas empresas de estarem “despudoradamente interessadas em promover os respetivos negócios enquanto o mundo tenta lutar contra a COVID’19”.
Para justificar esta acusação, a ESTA apresentou à Presidente da Comissão Europeia documentos nos quais VISA e MasterCard sustentam – “usar dinheiro é extremamente arriscado” e “pagamentos contactless limitam a propagação do vírus”. Para a associação europeia de empresas de gestão de dinheiro estes argumentos “são desprovidos de qualquer demonstração científica“.
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A AES – Associação das Empresas de Segurança, enquanto representante das principais empresas de gestão e tratamento de numerário em Portugal, revê-se nesta tomada de posição da ESTA porquanto considera que “o pagamento sem contacto não implica compras sem contacto, exceto quando verificado em transações online”. A alegação “é falaciosa e enganosa, pois induz os consumidores a acreditarem que estão protegidos contra a contaminação se pagarem sem contacto, o que não é o caso”.
Diferentes autoridades de saúde internacionais e nacionais já asseguraram que a utilização de notas e moedas “não acarreta riscos adicionais na propagação do vírus SarsCov-2“.
O próprio Banco Central Europeu, através da análise regular do numerário em laboratórios, demonstrou que “a transmissibilidade do vírus em superfícies plásticas é bastante superior à verificada em notas de algodão“.
Assim, a AES reforça o que tem vindo a dizer acerca da segurança na utilização do numerário, garantindo que “as empresas de transporte de valores tudo farão para reforçar o fornecimento de notas às caixas ATM” e responder às solicitações de notas e moedas de euros a todas as cadeias de retalho.
A Security Magazine já havia divulgado um um recente plano de acção, apresentado pela Confederação dos Serviços de Segurança Europeus, UNI Europa e ETSA, que reitera o cumprimento do estatuto de moeda com curso legal. As três entidades lembraram a Comissão Europeia, no último trimestre do ano passado, que “já é tempo de tornar ilegal a recusa de pagamento em dinheiro, a fim de salvar empregos e preservar os direitos dos consumidores e cidadãos”.
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