Não só nos Estados Unidos, como no resto do mundo, incluindo em Portugal, a Black Friday é um fenómeno cada vez mais popular. O que também significa que é mais provável que os consumidores online sejam alvo de ciberataques, como demonstra o mais recente estudo da Kaspersky.
Os ataques ao comércio electrónico direccionados aos utilizadores aumentaram 15% em comparação com o ano passado – e, entretanto, a Amazon antecipou a Black Friday, lançando ofertas promocionais uma semana antes, o
que vem ampliar o cenário das ameaças, diz a emprea.
A Black Friday tornou-se no maior evento de consumo anual, com 95% dos consumidores conscientes deste dia. Mas se inicialmente as compras eram maioritariamente feitas em lojas, hoje em dia, o e- commerce é cada vez mais uma opção, até pela crise que tem vindo a atingir o comércio de rua. A variada e crescente oferta de apps de compras e o fácil e antecipado acesso aos descontos a partir dos dispositivos desde a comodidade de casa, são aspectos que estimulam o consumidor para o comércio electrónico.
Os números globais da Black Friday revelaram que a tendência é comprar cada vez menos em lojas físicas – no Reino Unido, por exemplo, apenas 12% dos consumidores compraram exclusivamente em estabelecimentos durante a Black Friday. Contudo, em Portugal, existe um maior equilíbrio, com a maioria dos consumidores a optarem por fazer compras tanto online como offline (45%). Também em 2018, 65% dos portugueses usaram o smartphone para o efeito. Não apenas o aumento do número de compras online, mas também o alargamento do período de descontos da Black Friday, contribui para uma exposição maior e mais prolongada a ciberataques.
O recente estudo da Kaspersky alerta para o aumento do risco para os consumidores durante este período de descontos, revelando que a probabilidade de sofrerem um ataque de phishing financeiro aumenta em 24% quando comparada à média anual. Esperançosos que os utilizadores descurem da sua segurança online por estarem concentrados na busca pelas melhores ofertas, os hackers aumentam a sua atividade – quase uma centena de websites e apps tornam-se alvo para atividades maliciosas.
Tal como sublinham os especialistas de Kaspersky, ao longo dos primeiros nove meses deste ano, 15 famílias distintas de malware financeiro atacaram os utilizadores de algumas das marcas mais populares. Em 2019, além das famílias conhecidas Zeus, Betabot ou Cridex Gozi, a Kaspersky identificou duas novas: Anubis e Gustuff. Na maioria dos casos, os hackers dirigem ataques às grandes marcas para obter as credenciais dos utilizadores: logins, palavras-passe, número dos cartões bancários, contacto de telemóvel, entre outros. Ao capturarem estes dados, conseguem modificar o conteúdo dos websites e reencaminhar os utilizadores para outras páginas de phishing.
Desta forma, não só é essencial que os consumidores redobrem a atenção, mas também que as plataformas de comércio online aumentem os esforços para garantir a segurança dos seus clientes.
“À medida que se aproxima a Black Friday e o Cyber Monday, os utilizadores devem ficar alerta. Trata-se de um período de intensa actividade para os hackers que estão a postos para aceder à sua informação pessoal, incluindo o número do cartão bancário. Com os ataques financeiros no auge da história, mais se justifica que as pessoas estejam seguras quanto à protecção dos seus dados. Caso contrário, o comércio online também sairá prejudicado pela falta de confiança dos consumidores. É neste ponto que as empresas também têm um papel importante, dando um passo atrás para reavaliarem a sua estratégia de IT, de forma a garantir que têm um plano de segurança com um ciclo de vida completo: isto é, que inclua a formação dos seus colaboradores, uma defesa mais eficiente contra ciberataques e ferramentas mais fiáveis, que assegurem a detecção das ameaças no dia zero”, realça David Emm, Investigador Principal de Segurança de Kaspersky.