Paulo Lima, CEO da PowerShield, destaca as grandes preocupações do sector da segurança privada em Portugal e as grandes tendências desta área.
Security Magazine – Quais são as grandes preocupações e desafios que a segurança privada, ao nível do segmento B2B, enfrenta atualmente?
Paulo Lima – Na nossa opinião, este é um sector ainda muito desregulado, nomeadamente no que concerne aos preços praticados e às “engenharias financeiras” utilizadas para a prática desses mesmos valores. Profícuo seria a coresponsabilização desses clientes com os valores praticados, isto é, todos somos conhecedores das regras legais e de mercado. Assim, e no que concerne às regras legais, todos sabemos qual a percentagem a aplicar pela Segurança Social, valor de salário, subsídio de férias, férias, subsídio de natal, seguro de acidentes de trabalho, medicina no trabalho e seguro de responsabilidade civil. Partindo desta premissa, como é possível existir a prática de preços abaixo deste valor? Esta prática só é possível porque a fiscalização não existe e os clientes alegam que não entidade fiscalizadora. Esta prática corrente (infelizmente) cria várias situações nefastas para esta actividade, entenda-se Segurança Privada. A criação incessante de empresas de vigilância e uma degradação constante nas margens das empresas a atuar neste mercado. São factos do conhecimento público que a maioria das empresas apresenta resultados negativos ano após ano, até aquelas que à partida pensamos serem empresas saudáveis.
Pois e salvo melhor opinião, este é o tema principal a ser resolvido. Traria uma regulação ao sector e por consequência uma melhor prestação dos serviços.
Como considera que tem evoluído o mercado da segurança privada em Portugal e o que identifica como as grandes tendências nesta área?
O mercado da segurança em Portugal é muito abrangente. Já no que concerne à Segurança Privada per si, isto é, vigilância humana e electrónica, não vejo qualquer evolução, é um mercado quase estanque, presume-se que valha qualquer coisa como 700M€/ano e no qual actualmente três empresas detêm mais de um terço desse mesmo mercado.
Existem, porém, alguns nichos de mercado que têm vindo a crescer como a segurança informática, a cibersegurança, isto é, a utilização de meios tecnológicos para efetuar a vigilância, como por exemplo a utilização de drones.
Quais são soluções e grandes apostas atuais da Powershield no mercado nacional?
A PowerShield para o próximo triénio quer consolidar a posição que logrou obter em quatro anos de existência, pretendemos um crescimento orgânico e sobretudo sustentável, o que nos faz apostar essencialmente nos nossos clientes, cimentando relações por forma a podermos concretizar as expetativas dos mesmos para com a PowerShield.
Como correu o ano de 2018 e qual será o foco e previsões para 2019?
2018 foi para a PowerShield mais um excelente ano, crescemos outra vez e de forma consecutiva um quarto da faturação, se comparado 2017 com 2018. Não podíamos ter tido um melhor desempenho.
Quanto a 2019, como acima respondido, é para nós um ano de consolidação, será o nosso quinto ano e queremos, sentimos a necessidade de consolidar o trabalho realizado até então. Não descuramos o crescimento, mas tem esse crescimento de ser sustentável, assim continuaremos com a nossa política de não concorrer aos chamados concursos públicos mas, acima de tudo continuar, a apostar na formação do nosso pessoal e na prestação de serviços de segurança privada de excelência com preços competitivos mas assertivos.
Este ano (2019) e 2020 serão anos de actualização salarial massiva, o que, espero, volte a trazer a este setor melhores profissionais e a vontade de realizar carreira profissional na vigilância. Serão anos de enorme desafio para as empresas em virtude destas actualização.