Em 2017, Portugal viveu uma das suas piores épocas de incêndios florestais da última década, com cerca 440 mil hectares de floresta e povoamentos ardidos, de acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Apesar da descida do número de incêndios registados desde então, em 2024 já foram afectados cerca de 8.000 hectares, apenas em Portugal Continental. As previsões para as próximas décadas são ainda mais alarmantes: estima-se que, até 2050, a área afectada pelos incêndios possa aumentar de 8% para 23% a nível mundial.
“As soluções de videovigilância são ferramentas essenciais para a prevenção, detecção precoce e resposta rápida a incêndios. Neste momento são mais cruciais do que nunca, pois ajudam a mitigar os riscos associados aos incêndios em Portugal,” explica Alberto Alonso, Solutions Engineer Southern Europe da Axis Communications. “Esta tecnologia pode fazer a diferença, pois poderá impedir que um incêndio pequeno e controlável escale para algo maior e com efeitos devastadores.”
Tecnologia essencial para a detecção e resposta eficazes
A Axis Communications dedica-se ao desenvolvimento de tecnologias de detecção de incêndios baseadas em câmaras inteligentes, com várias opções disponíveis no mercado. As suas tecnologias incluem câmaras de rede, sensores inteligentes e análise de vídeo, concebidas para enfrentar o desafio dos incêndios em áreas florestais e urbanas.
Um bom exemplo é a utilização de câmaras motorizadas PTZ de alta precisão, que permitem uma vigilância eficaz em áreas naturais e urbanas vastas, integrando-se com sistemas de gestão de vídeo (VMS) para fornecer uma monitorização precisa, bem como geolocalização e resposta imediata.
Um caso de sucesso é o Stribor, um sistema de vigilância avançado implementado na Croácia, que utiliza uma densa rede de torres de antenas equipadas com câmaras PTZ motorizadas para monitorizar áreas propensas a incêndios. O estado da Califórnia, particularmente atingido por terríveis incêndios florestais, adoptou uma abordagem semelhante, com uma rede de quase 650 câmaras remotas que permitem aos bombeiros monitorizar as áreas afectadas e reagir numa questão de segundos.
O papel da inteligência artificial na detecção de incêndios
A capacidade destas câmaras para detectar e analisar condições perigosas antes de se transformarem em incêndios é fundamental. A utilização de modelos de deep learning e de análises preditivas permite que os sistemas identifiquem alterações nas condições ambientais, como a humidade ou a acumulação de material inflamável, levando a intervenções preventivas que podem salvar vidas e reduzir os danos.
A inteligência artificial (IA) também desempenha um papel crucial no combate aos incêndios. Empresas como a Robotics Cats desenvolveram sistemas de detecção de incêndios baseados em IA capazes de analisar imagens em tempo real.
Aplicações críticas em ambientes urbanos e industriais
Para além da sua aplicação em ambientes florestais, este tipo de soluções é fundamental em áreas urbanas e industriais. Tecnologias como a detecção de fumo baseada em vídeo e câmaras de alarme com medição de temperatura permitem que as equipas de emergência reajam antes de os incêndios ficarem fora de controlo.
“A frequência e intensidade dos incêndios em Portugal é um sinal claro de que precisamos de uma abordagem mais proactiva e tecnológica para proteger o nosso ambiente,” continuou Alberto Alonso. “As soluções avançadas de videovigilância não apenas nos permitem detectar e responder aos incêndios de forma mais eficaz, como também estão a redefinir a prevenção destas tragédias. Estamos num momento crítico no qual a tecnologia pode fazer a diferença entre um incidente controlado e uma catástrofe.”