Sonae Arauco apostou na cibersegurança, SST, digitalização e manutenção preventiva

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Com 23 unidades industriais e comerciais, em nove países e dois continentes, a Sonae Arauco conta com 2600 colaboradores e é um dos maiores produtores mundiais de painéis derivados de madeira. Os seus produtos produtos podem ser encontrados em 68 países, tendo um volume de negócios de 900 milhões de euros. A Sonae Arauco nasce de uma aliança entre a Sonae Indústria e a chilena Arauco. A empresa tem realizado alguns investimentos ao nível da cibersegurança, segurança no trabalho e manutenção preditiva, através da introdução de processos digitalizados das suas unidades de produção.

Como destaca a empresa, a Sonae Arauco conta com uma “verdadeira cultura de segurança em toda a empresa”, a qual pressupõe várias etapas, nomeadamente o estabelecimento de um novo procedimento de gestão de consequências, lançado em 2023 em Portugal, África do Sul, Espanha, Holanda, Reino Unido e Suíça.

“O objectivo deste procedimento, integrado no roteiro de segurança, é a promoção e o reconhecimento das boas práticas internas (realização de Observações de Segurança, participação activa nos Gemba Walks diários, entre outras) para que sirvam de inspiração à sua adopção pro-activa, bem como a correcção e, quando necessário, a penalização de comportamentos que possam resultar em acidentes e lesões”. Na Alemanha, o procedimento está a ser aplicado ao longo de 2024.

Recorde-se que entre 2020 e 2022 a empresa registou uma redução de 36% no número total de incidentes/acidentes relacionados com trabalho.

Cibersegurança é aposta

Alinhada com os objectivos da empresa, a equipa de cibersegurança “continua a aumentar o nível de protecção dos activos digitais, num esforço que compreende a mobilização e a formação dos colaboradores, especialmente em relação ao phishing, bem como o estabelecimento de um plano de resposta a ataques informáticos”.

Em 2023, a empresa avalisou o grau de preparação das unidades para ameaças de ransomware. “Os resultados reforçam a necessidade de um maior cuidado com as cópias de segurança, a segmentação de rede entre IT e OT e a utilização de um Endpoint Detection and Response, uma tecnologia para monitorizar e responder a ameaças cibernéticas”.

Como refere, “à luz da constante necessidade de ter acessos remotos de manutenção, todas as unidades industriais da Sonae Arauco dispõem agora de uma nova solução, a Zscaler”. Para além da protecção digital, esta implementação “permite também acompanhar e compreender melhor os padrões de acesso remoto entre fábricas e por fornecedores”.

A maior fábrica da Sonae Arauco, na Alemanha, viu, no ano que passou, a sua estrutura de rede renovada, melhorando o acesso à internet, através da norma Wi-Fi 6e, e minimizando a falta de cobertura móvel.
Foi ainda aplicada uma segmentação entre as ligações de IT e de OT, assegurando não só a qualidade das
operações, mas também a segurança da rede. Foram renovados 4km de fibra óptica, 21km de cabos de cobre, 300 pontos de rede, 112 pontos de acesso e 25 comutadores.

Digitalização e manutenção
Segundo a empresa, os avanços tecnológicos não param na Sonae Arauco e 2023 foi o ano em que as unidades de Nettgau e Valladolid viram implementada a Fábrica Digital. Em Valladolid o projecto está totalmente operacional e conta já com uma grande adesão. Já em Nettgau, foram criados os principais ecrãs para acompanhamento das reuniões diárias e as equipas de IT e do Centro de Competências Digital Industrial realizaram visitas para formarem as equipas locais, num projecto que entrou em
funcionamento em Abril de 2024.

Num artigo recente do “ECO”, é salientado que a empresa implementou a tecnologia da fábrica digital em cinco empresas do grupo – duas das quais em Portugal em Oliveira do Hospital e Mangualde -, num investimento de um milhão de euros.

Em Portugal, a eficiência operacional da unidade industrial de Mangualde recebeu um impulso significativo com a digitalização do parque de madeiras. “Esta inovação permite a medição automática e bastante precisa da quantidade de madeira recebida, praticamente em tempo real”. No fundo, permite acompanhar o processo produtivo e identificar possíveis paragens ou problemas na linha e, desta forma, reduzir prejuízos no negócio. A empresa investiu em visão artificial com câmaras estereoscópicas, câmaras hiperespectrais NIR e Radar 3D

De acordo com o artigo do “ECO” esta digitalização “pretende actuar, num primeiro momento, alertando para desvios, em segundo, ajudando a perceber falhas e actuar manualmente para as resolver e, em terceiro, prever as falhas e actuar autonomamente na resolução de problemas. A terceira fase, em que o próprio sistema consegue prever as falhas e actuar autonomamente, o chamado gémeo digital, ainda não está a funcionar, mas é esse o futuro”.

Com esta evolução, é possível qualificar e quantificar com exactidão os fluxos de madeira e subprodutos em cada fase de produção.
As tecnologias que fazem um parque de madeiras digital são: White River, Linares e Beeskow têm
avançado a passos largos para a adopção da plataforma de Manutenção Preditiva que permite antecipar anomalias e avarias.
Na unidade da África do Sul foram instalados cerca de 300 sensores de monitorização dos equipamentos críticos, que facultam recomendações dos fornecedores e orientações sobre activos em alerta. Linares e Beeskow receberam luz verde para estarem operacionais no quarto trimestre de 2024.