NAV Portugal avança com reestruturação do espaço aéreo da Área Terminal de Lisboa

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 Point Merge System entra em funcionamento esta madrugada e traz novo modelo de sequenciação de chegadas, com perfis de descida contínua;
 Novo modelo afasta o início das «zonas de espera» dos aviões das áreas mais populosas da região de Lisboa, colocando-as também a altitudes mais elevadas;
 Reestruturação passa também pela criação de novas rotas mais optimizadas de entrada e saída das aeronaves, aproveitando zonas negociadas com Força Aérea.

A NAV Portugal lança na próxima madrugada o Point Merge System (PMS), um novo modelo de sequenciação de chegadas à Área Terminal de Lisboa, e que vai trazer uma maior flexibilidade e previsibilidade na gestão do tráfego em toda a região.

Além do novo sistema de sequenciação, as alterações que são implementadas esta madrugada
passam ainda pelo redesenho completo das rotas de entrada e saída das aeronaves do espaço aéreo de Lisboa. Esta é assim a maior reestruturação de sempre do céu de Lisboa.

Com o lançamento do PMS, resultado de uma parceria com o Eurocontrol, a NAV vai substituir os tradicionais modelos de sequenciação de chegadas, onde as trajectórias vão aumentando de acordo com a necessidade de atraso, por uma sequenciação linear, assente em dois arcos cujos pontos são equidistantes do aeroporto, independentemente do local do arco em que cada avião se encontre.

Segundo Pedro Ângelo, Presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal, «o Point Merge System vai permitir que os fluxos de tráfego com origem ou destino ao aeroporto de Lisboa sejam geridos de forma mais optimizada, mais previsível e mais precisa, o que irá induzir maior segurança às operações. Este é mais um contributo positivo da NAV Portugal para a melhoria do sistema aeroportuário de Lisboa. É ainda um momento de regozijo e de gratidão para com as equipas e todas as nossas pessoas
envolvidas no desenvolvimento deste projecto. Parabéns à NAV Portugal».

Esta mudança de paradigma avança depois da constatação de que os actuais níveis de tráfego tornaram o modelo tradicional de sequenciação de chegadas desajustado, obrigando ao recurso cada vez mais frequente a adaptações de rotas e a padrões de espera circulares, de modo a se conseguir gerir todo o fluxo de chegadas.

Estas adaptações levam a sequenciações de chegada de perfis incertos e inconstantes e, logo, mais exigentes em termos ambientais, além de terem uma maior carga de trabalho associada tanto para o controlo de tráfego aéreo, como para tripulações.

Já com o Point Merge System será possível oferecer uma gestão mais intuitiva, sequencial, previsível e adaptada aos níveis de tráfego actuais e aos previstos a médio prazo. Com o lançamento deste modelo de sequenciação a NAV Portugal vai oferecer às aeronaves na Área Terminal de Lisboa perfis de descida optimizados e contínuos, a velocidades controladas e sem patamares intermédios, acabando com o cenário onde os padrões circulares surgem como resposta recorrente.

Com este passo, será possível ter uma maior previsibilidade em termos de hora de chegada e de distâncias a percorrer pelas aeronaves, além de uma maior optimização da gestão de combustível, velocidade e altitude.

O lançamento do PMS vai também afastar as «zonas de espera» iniciais das aeronaves das regiões mais populosas da região de Lisboa, colocando estas zonas a uma altitude mais elevada, reduzindo o impacto visual e sonoro do sistema como um todo.

Reorganização do espaço aéreo e novas rotas

A implementação do Point Merge System na Área Terminal de Lisboa tornou-se possível depois de um acordo entre a NAV Portugal e a Força Aérea Portuguesa para a cedência de parte do espaço aéreo militar de Monte Real e de Sintra para o tráfego civil.

Com esta abertura de mais espaço na região de Lisboa para tráfego civil, foi possível à NAV avançar com o redesenho completo das rotas pré-definidas que os aviões devem seguir antes de aterrar ou depois de descolar da região.

Entre as principais alterações efectuadas a estas rotas, destaque para a criação de rotas de saída do AHD para Oeste, o que faz com que as aeronaves que se dirijam para esses destinos possam virar directamente logo após descolar, sem mais delongas, e também a criação de uma segunda rota de saída para as aeronaves com destino para a Europa, que passam agora a ter à disposição duas rotas de saída segregadas.