Até esta quinta-feira está a decorrer a Proteger 2024, evento anual organizado pela Associação Portuguesa de Segurança (APSEI). À Security Magazine, Carlos Dias, presidente da associação destaca positivamente esta edição em termos de participação dos profissionais do sector.
“As previsões estavam altas devido à última Proteger realizada em Lisboa. Além disso, no ano passado registámos 1400 registos, na edição que decorreu no Europarque. Para esta edição apontámos para um número muito ambicioso de 1700, o qual foi largamente superado. As pessoas responderam de forma muito positiva e continuam a demonstrar interesse de Norte a Sul do país, inclusivamente das ilhas”, destacou.
Carlos Dias salientou ainda, como inovação trazida para esta edição, a presença da Associação de Língua Gestual Portuguesa e a disponibilização de um dispositivo, já a funcionar em Sacavém e Gaia, para pessoas com menor capacidade auditiva, permitindo a facilitação da sua comunicação. Além disso, a APSEI está a colaborar com uma ferramenta de emergência que através do uso de uma app será possível contactar com os serviços de emergência e outros. Esta aposta reforça, uma vez mais, o factor de inclusão da APSEI. “Esta aposta também é segurança e é ser APSEI, pois pensamos de forma inclusiva”.
Balanço positivo
Prestes a terminar o seu segundo mandato à frente da APSEI, Carlos Dias destaca que os objectivos traçados foram “plenamente atingidos”. Há seis anos recorda que procurou-se responder ao apelo de muitos associados no sentido da apresentação de uma lista com vários profissionais de referência do sector. “A lista foi feita no sentido de ter uma representatividade de todos os núcleos, géneros, geografias, para que todos pudessem rever-se nas suas direcções”.
Após este período acredita que todos os pontos foram cumpridos e destaca o forte investimento feito na APSEI Norte, os protocolos celebrados com diversas universidades e congéneres estrangeiras, assim como o investimento em novas oportunidades para os associados, formação, marketing, informação e num novo site. Salienta ainda o processo iniciado ao nível da formação e transformação da equipa através de acções de team building e implementação de novos métodos de gestão, o qual será certamente para continuar.
“Tivemos pelo meio o infortúnio da pandemia, mas mesmo nessa altura tivemos sempre muito activos”. Até porque a APSEI, aponta, não se resume à realização da Proteger e o seu sucesso não se resume ao número de likes nas redes sociais ou à visibilidade centrada em A, B ou C. O seu papel é muito mais abrangente e tem como foco “trazer valor acrescentado para a sociedade, no sentido de esta ser bastante mais segura”. E, como sublinha, “se Portugal está no top 5 ao nível da segurança mundial, muito se deve aos profissionais que trabalham nas empresas associadas da APSEI. Não há milagres”.
Simultaneamente salienta o papel da APSEI em levar a segurança nacional além-fronteiras, tendo sido celebrados alguns protocolos internacionais com associações, nomeadamente, de Marrocos, Hong Kong e Dubai. Nesta edição, a APSEI assinou um novo protocolo com representantes da Sociedade Brasileira de Segurança, indo ao encontro do crescente número de profissionais brasileiros a residir em Portugal.
Carlos Dias aponta ainda para um crescimento do número de associados ao longo destes seis anos. Porém, salienta a importância de trabalhar melhor em alguns núcleos e deixa o desafio para as direcções seguintes. “Temos de trabalhar melhor em alguns núcleos que necessitam de maior crescimento, nomeadamente o SST e transporte de mercadorias perigosas”. Como sublinha, é importante “continuar a ouvir os associados, trabalhar para todos os associados e não ficar refém de ninguém, assim como ter auditorias constantes e completa abertura e transparência”. Como caso exemplar, destaca que a APSEI conta com o bastonário da ordem dos Revisores Oficiais de Contas como seu revisor. “Temos uma garantia de que aplicamos as melhores práticas a nível contabilístico, temos seriedade, abertura e transparência, porque todos os associados merecem que exista uma total transparência da sua direcção”, sublinha.
Quanto ao futuro, brinca que “uma vez APSEI, sempre APSEI”, isto porque garante que estará à disposição da associação sempre que necessário. “Sempre que a direcção, seja qual for, e a própria equipa quiserem, sabem que podem contar comigo”, até porque, diz, “independentemente de estarmos ou não em funções temos de nos ajudar”. Carlos Dias sublinha ainda que antes de ter o cargo directivo sempre se dedicou à vida associativa, nomeadamente pela participação nas assembleias gerais e núcleos. “No futuro, estou aqui para ajudar”, diz. “A ideia de só participamos se formos presidentes (…) já não temos idade nem estatuto para fazer essas coisas ridículas”, sublinha.