A Prosegur alcançou, em 2022, uma facturação de 4.174 milhões de euros a nível global. Com uma equipa superior a 150.000 colaboradores, o grupo conta com várias linhas de negócio, nomeadamente a Prosegur Security, Prosegur Cash, Prosegur Alarms, Prosegur AVOS e Cipher, focadas no mercado empresarial e residencial. Gonçalo Morgado, director-geral da Prosegur Security Portugal, salienta à SECURITY MAGAZINE a falta de recursos humanos no sector, como um dos principais desafios que a segurança privada enfrenta actualmente. Além disso, sublinha a necessidade do cumprimento da lei, no sentido de assegurar-se o desenvolvimento sustentável deste sector, que considera “vital para a segurança do Estado”.
SECURITY MAGAZINE – Na sua perspectiva, observando a dinâmica desta actividade nos últimos anos, quais os principais desafios que enfrenta actualmente o sector da segurança privada em Portugal?
Gonçalo Morgado – O sector tem enfrentado desafios significativos devido à falta de recursos humanos nos últimos anos, uma situação agravada pela competição com outros sectores igualmente em expansão neste período pós pandemia. Esta realidade tem motivado as associações do sector a implementar iniciativas para aumentar a sua atractividade e capacidade de retenção, especialmente no que diz respeito à contratação colectiva.
A transformação digital também pode representar um desafio, por isso, consideramos essencial fomentar o desenvolvimento contínuo dos nossos colaboradores para que estes possam superar com êxito os desafios impostos por essa transição.
Neste sentido, temos investido fortemente na sua formação contínua, principalmente através dos programas oferecidos pela Universidade Prosegur.
Como olha para o futuro da segurança privada em Portugal em termos de crescimento, regulamentação e contratação pública?
Em Portugal, o sector da Segurança Privada é já hoje fortemente regulamentado, quer pela Lei da Segurança Privada em vigor (Lei 46/2019), quer pelas diversas Portarias complementares que a acompanham. No entanto, conforme salientado pela Associação de Empresas de Segurança (AES) em várias ocasiões públicas, a ausência de regulamentação para certos aspectos fundamentais desta Lei, que permitiriam sanear o setor—como o combate à prática de contratação prejudicial e a implementação de inspecções conjuntas (ACT, AT e PSP) aos agentes do sector—, pode ameaçar o desenvolvimento futuro da segurança privada em Portugal.
Desta forma, é imperativo continuar a advogar pelo estrito cumprimento da lei para assegurar o desenvolvimento sustentável de um sector vital para a sociedade e que funciona em complementaridade com as forças e serviços de segurança do Estado.
Além disso, uma retrospectiva histórica revela duas tendências: num passado não muito distante, observou-se tanto uma tendência para a concentração do sector, quanto um ligeiro declínio no número de operadores activos.
Olhando para o futuro e considerando as projecções de evolução do mercado, não é de descartar a possibilidade de ocorrerem novos movimentos de concentração no sector.
Por onde passa o crescimento da vossa organização em 2024?
Diante da contínua transformação dos desafios de segurança, a Prosegur posiciona-se como líder no sector, notabilizando-se pela sua agilidade, capacidade inovadora e desenvolvimento contínuo. Compromete-se em fornecer soluções de segurança sob medida, que se distinguem pela sua elevada eficácia e eficiência em escala mundial, elaborando e implementando soluções que atendem às necessidades imediatas e de longo prazo dos seus clientes.
Em 2024, pretendemos reforçar a nossa estratégia de segurança híbrida, que combina de forma inovadora o talento humano (pessoas), tecnologia avançada e a gestão estratégica de dados, oferecendo aos nossos clientes uma solução de segurança integral.
No centro desta estratégia está o iSOC, que se foca na incorporação dos especialistas de segurança numa rede tecnológica de ponta, abrangendo informação e inteligência, fundamentais para garantir uma efectiva protecção e suporte às pessoas e negócios dos nossos clientes. Tal abordagem viabiliza o desenvolvimento de soluções de segurança customizadas, adaptáveis e em permanente actualização, minimizando os riscos particulares de cada cliente e assegurando a continuidade e êxito das suas actividades empresariais. Actualmente, a nível mundial, a nossa rede de iSOC’s conta com 14 centros em países-chave como o Brasil, Chile, China, Colômbia, Estados Unidos, Espanha, México, Paraguai, Peru, Singapura, Uruguai e Portugal, cuja inauguração foi há pouco mais de um ano.
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