A e-coordina Portugal realizou, na passada semana, a 2ª Conferência no focada na área de segurança e saúde no trabalho, tecnologias e coordenação de segurança. O evento decorreu no Porto e contou com moderação da Security Magazine e a presença de representantes da ACT, PRP e Greenvolt Next Portugal
No início da sessão a inspectora-geral do ACT, organismo do Estado dedicado à inspecção das condições do trabalho, Maria Fernanda Campos destacou que aquele organismo tem, como todas as organizações, sido confrontado com a evolução e realidade dinâmica, ao nível da segurança no trabalho, trazida também com a inovação tecnológica.
Como afirmou, no que toca à tecnologia, existem hoje riscos sobre a consciencialização fruto da utilização tecnológica e a utilização tecnológica como potenciadora da prevenção de riscos profissionais (nomeadamente através do trabalho com recursos a realidade aumentada, realidade virtual e drones).
Como referiu, “a tecnologia pode ampliar riscos, pois temos robots a trabalhar com pessoas, a IoT e os algorítmos a decidir uma série de coisas. Há uma evolução tecnológica importante e extremamente rápida que nos ajudou e serviu para impulsionar formas de trabalho que eram quase residuais”. No entanto, a par dessa realidade, novos riscos foram criados, além de continuarem a existir trabalhadores que não fazem o básico, no que há sua protecção diz respeito.
A inspectora-geral destacou a importância do papel do técnico e coordenador de segurança como um elemento chave nas organizações, bem como na interacção com a inspecção do trabalho e criação de redes e articulações entre as várias entidades. “Um desafio enorme para quem coordena segurança”, disse.
A responsável destacou ainda a figura importante da coordenação de segurança, ligada à tecnologia, até porque “a informação é o novo ouro”. Este profissional possibilita uma maior articulação e tornar-se o pivot e a pessoa capaz de dinamizar os vários actores, conseguindo corrigir a informação, a qual poderá vir até de equipamentos de protecção inteligentes usados pelos trabalhadores.
A inspectora-geral sublinhou ainda que a “tecnologia facilita o trabalho, mas não substitui a capacidade humana de ver, compreender e ser empático”. Hoje, estamos a lidar com novos riscos potenciados pela tecnologia e, ao mesmo tempo, fascinados com todas as suas oportunidades.
Para a responsável, na SST a zona de conforto de um técnico, coordenador e inspector de segurança passa pelo dinamismo constante, vigília, atenção e reequacionamento de tudo o que foi feito, no sentido de prevenir melhor a segurança. “Zona de conforto é estar na rotina de verificar e repensar”, continuamente.
A sessão contou ainda com António Augusto Manso, coordenador da área laboral da Procuradoria-Regional do Porto, com uma apresentação sobre Prevenção, responsabilidade e reparação dos acidentes de trabalho: Aspectos legais e contributo das novas tecnologias; e Patrícia Bravo, QHSE director da Greenvolt Next Portugal.
Patrícia Bravo dedicou a sua apresentação à explicação de como a empresa implementou uma nova ferramenta tecnológica da e-coordina para coordenação das suas actividades de segurança, tendo reduzido significativamente os processos mais burocráticos, afectos à documentação obrigatória, libertando os seus técnicos de segurança para tarefas mais práticas e operacionais no terreno.