A Visiotech é um distribuidor europeu de segurança electrónica que nasceu há 15 anos. Em Junho deste ano a empresa dá mais um passo no seu crescimento através da inauguração da sua nova filial em Portugal. Marcos Paulo Lima, country manager Portugal & PALOP da empresa, falou com a Security Magazine sobre os principais desafios e investimentos da empresa.
Security Magazine – Fale-nos da Visiotech e do que oferece ao mercado europeu?
Marcos Paulo Lima – A Visiotech é uma empresa europeia de distribuição de sistemas de segurança electrónica. O nosso forte sempre foi CCTV – câmaras e gravadores. Temos 15 anos de empresa e, ao longo desses anos, começamos com o CCTV e fomos progredindo, tendo introduzido as marcas de intrusão, controlo de acesso e videoporteiro. Hoje temos o portfólio completo de uma empresa típica de distribuição de material de segurança eléctrico, passando pela parte do incêndio.
A Visiotech é uma empresa 100% europeia, tem a estrutura principal em Espanha e filiais em Portugal, França e Itália, – os quatro mercados mais antigos que trabalhamos, apesar de estarmos presentes em 65 países ao nível de clientes. Temos departamentos em Espanha, França, Itália, Norte de África e Norte da Europa.
A empresa tem crescido, contando actualmente com 270 funcionários e uma facturação de 140 milhões de euros no ano passado. Somos a maior empresa de segurança electrónica na área distribuição da Europa Ocidental. Gostamos de ter as pessoas dentro da empresa. Nesse sentido, por exemplo, temos 40 funcionários no armazém, 10 pessoas no marketing e quatro tradutores que são professores de idioma e damos curso de idiomas aos nossos funcionários. Temos 40 milhões de euros em stock, o que nos permite ser muito dinâmicos e rápidos na resposta aos clientes. Fazemos cerca de 20000 envios por mês de material. Temos acordos estratégicos com empresas grandes de transporte, o que nos permite ter um bom preço, agilidade e preferência na entrega.
Todo o material que chega a Portugal é proveniente de Espanha e é entregue em 24 h nas principais cidades. Temos uma agilidade e capacidade de entrega difícil de encontrar na concorrência, a qual não consegue ter a nossa dimensão. Os grandes fabricantes têm o seu material fabricado na China. A Visiotech, quando compra material, compra dois ou três contentores de 40 pés, pois compra para todos os mercados onde trabalha.
Quais as principais marcas que representam nas diferentes áreas?
Na parte do CCTV, somos distribuidores oficiais da Hikvision, o maior fabricante do mundo de sistemas de segurança, com a facturação de aproximadamente 10 bilhões de dólares. Somos representantes oficiais da toda a gama Pro. Além disso, temos uma marca própria, a Safire, que na Península Ibérica é a terceira marca mais vendida depois da Hikvision e da Dahua.
Ter uma marca própria, obriga-vos também a ter um departamento focado na inovação e desenvolvimento?
Sim, exactamente. Isso é algo que conseguimos fazer e que não é normal, ou seja, um distribuidor ter uma marca própria.
O fabrico dessa marca é vosso?
Escolhemos um fabricante estratégico com qualidade para fabricar material, mas todo o desenvolvimento e marketing é nosso.
Passando para a área de intrusão, qual a vossa oferta?
Na parte da intrusão, somos distribuidores em Portugal, Espanha, França e Itália da Ajax. A Ajax tem um sistema de intrusão com e sem fio e domina completamente o mercado europeu. É um fabricante muito dinâmico que lança constantemente novos produtos. Em Portugal e Espanha, é o sistema de intrusão sem fio mais usado. Somos distribuidores há mais de cinco anos dessa marca e a empresa que mais know how tem no produto. Igualmente temos um stock gigantesco porque trabalhamos com todos os mercados europeus. Noutros países somente uma empresa tem a distribuição para um país. Não há nenhuma outra empresa que tenha dois países ao mesmo tempo na Ajax. A Visiotech conseguiu fazer um acordo com a Ajax e nos quatro países tem a distribuição da marca.
Nas restantes áreas, que marcas destacaria?
No que tange ao videoporteiro temos a ZKTeco, um fabricante que domina o mercado de videoporteiro na parte da indústria. Destacaria também a Akuvox e a Safire.
Na parte do incêndio temos a Carrier, um fabricante americano de grande dimensão.
Estão abertos à distribuição de novas marcas?
Com certeza. Somos uma empresa dinâmica e temos de testar constantemente produtos que são lançados. Este é um mercado de tecnologia e os fabricantes estão sempre a inovar. A cada seis meses a um ano morre um produto e nasce outro produto novo.
Actualmente, com a Inteligência Artificial, a analítica de vídeo está muito forte e os fabricantes lançam novos produtos com essa tecnologia incorporada e muito na área do IP. O analógico está a morrer e poucas instalações novas são feitas com analógico. Tudo o que é obra nova é com tecnologia IP, a inteligência está dentro da câmara, a qual permite esse aperfeiçoamento continuo do hardware.
Que novos desafios e projectos estão previstos para Portugal?
Queremos fazer a inauguração oficial da nossa filial em Portugal a 1 de Junho, convidando os nossos clientes para que conheçam um pouco mais da nossa estrutura. Queremos ter uma presença física em Portugal, tal como temos noutros países. Teremos um showroom, com todos os nossos produtos, que permitirá aos clientes testar e conhecer os produtos. Teremos uma sala de formação, onde daremos formações periódicas a cada 15 dias, de forma que os clientes possam ter conhecimentos para prestar um bom serviço ao cliente final. A Visiotech é um parceiro dos clientes instaladores, profissionais da segurança.
O objectivo é dar todas as ferramentas para que os nossos clientes possam oferecer um excelente serviço ao cliente final, tanto doméstico como empresarial. Nesse sentido, é muito importante que o nosso cliente tenha todos os conhecimentos para que quando chegue ao cliente final preste um bom serviço e este se sinta reconhecido e veja que pagou o valor que valia a pena pagar.
Este investimento em Portugal irá fazer com que tenham uma equipa no país?
Há cerca de 10 anos que trabalhamos com o mercado português. A equipa já existe e tem 15 pessoas só para o mercado português. Na filial teremos um técnico e um comercial interno. Os nossos delegados de zona usarão a filial, por exemplo, para levar clientes e mostrar material.
Apesar de a filial apenas chegar agora, a estrutura de pessoas já está criada há muito mais tempo. A filial vai permitir-nos aproveitar os clientes que temos e a estrutura de pessoal, fornecendo melhores condições de formação, recepção de produtos para reparação, entre outras coisas.
Quando salienta a parte da formação, está prevista também a presença de parceiros para essas formações?
Sim, a ideia é trazer os fabricantes para que dêem formação na nossa filial, sendo que já temos formações marcadas para Junho e Julho. Queremos que os clientes possam adquirir conhecimento e tenham o know how suficiente para fazer a instalação com sucesso nos seus clientes.
Com esta filial, terá de dividir o seu tempo entre Portugal e Espanha?
Com certeza. A ponte aérea entre Lisboa, Porto e Madrid será muito mais frequente, pois sou responsável pela equipa inteira e como tal necessito de dar acompanhamento e ferramentas aos funcionários do departamento português, para que possam alcançar os objectivos muito ambiciosos da empresa.
A Visiotech é muito ambiciosa e sempre quer crescer e consegue-o. Temos uma média de crescimento nos últimos cinco anos de 40%, o que é completamente fora da realidade da média das outras empresas do sector. Estes resultados devem-se ao facto de pensarmos, acreditarmos, sonharmos e concretizarmos. Há muito trabalho das pessoas e investimento da empresa e estamos a colher bastantes frutos disso. Somos líderes em Portugal e Espanha, o que não é fácil pois somos uma empresa de 15 anos que, com uma forma diferente de trabalhar, conseguiu chegar aqui.
A que se deve esses resultados que refere? A inovação e espírito jovem são factores importantes para estes resultados?
É um pouco de tudo. É uma empresa jovem, que chega com vontade de fazer diferente e de ser dinâmica e que procura constantemente fabricantes para ter os melhores produtos. Não temos produtos por ter, ou seja, somente incorporamos na nossa gama um produto que acreditamos que é muito dinâmico e inovador e não estamos presos às marcas tradicionais. Aliado a isso, temos um armazém em Madrid com 10.000m2.
Destaco também a presença no mercado europeu, que nos permite trocar ideias e sinergias com os departamentos de França, Itália, Alemanha… A tecnologia não nasce no mundo inteiro de forma unificada. Há uma empresa que desenvolve e implementa num determinado país e depois a replica noutros países. Ser uma empresa europeia permite-nos perceber o que está a funcionar em determinado país. Por exemplo, hoje, em Espanha, as principais empresas de alarme não são de segurança, mas, sim, de telecomunicação.
Já se assiste a essa tendência em Portugal também.
Sim, hoje a segunda empresa que mais instala alarmes em Portugal é a NOS que fez a parceria com a Securitas. Em Espanha, isto já acontece há um ano, antes de qualquer coisa acontecer em Portugal. Como parceiros das empresas de telecomunicações alertei para o facto de isso vir a acontecer aqui. Em França e Itália ainda não aconteceu nada disto, ou seja, ainda nenhuma empresa de telecomunicações deu esse passo, mas irá acontecer e os meus colegas desses países já estão a preparar-se para isso. Essa é uma vantagem da Visiotech, poder ver o que acontece noutros mercados, quando é algo ganhador, e rapidamente movimentar-se e replicar noutros mercados.
Como olha para 2023?
2023 será um grande ano, marcado pela inauguração da filial e estabilização da Visiotech no mercado nacional. Estamos também a fazer grandes investimentos no marketing. Este ano é um ano definitivo para a Visiotech no que tange ao mercado português, com incorporação também de novas pessoas, sendo que planeamos finalizar o ano com 20 pessoas em Portugal. É um investimento grande no mercado português e definitivo para nós.
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