Portugal registou uma tendência ascendente no volume de incidentes de cibersegurança nos últimos dois anos e durante os primeiros nove meses de 2022 o número de incidentes triplicou (211%), diz um recente estudo da Mastercard.
Maria Antónia Saldanha, Country Manager da Mastercard em Portugal, sublinha que “hoje, o trabalho à distância, as subscrições de serviços online ou na cloud tornaram-se comuns e os ganhos de eficiência fazem com que muitos activos de negócio estejam já a ser geridos remotamente. Todos estes fenómenos implicaram, também, que a segurança tivesse de ser alargada muito para além do habitual perímetro das organizações e, agora, com um foco maior na cibersegurança e na gestão de riscos”.
Maria Antónia Saldanha refere que “perante o número crescente de incidentes de cibersegurança, é fundamental que as organizações saibam se estão, de facto, protegidas, o que só é possível através de uma avaliação regular dos seus activos, quer a nível interno, quer externo».
Incidentes por sector
Uma análise por sectores mostra que metade de todos os incidentes identificados no relatório dizem respeito às áreas de Serviços e Tecnologias (27%) e Media (20%), uma percentagem alinhada com a média europeia (51%).
Além destes dois sectores, também foram identificados incidentes nos Serviços Públicos, que representam 15% do total, Serviços Financeiros (12%), Viagens e Entretimento (10%) e Utilities e Retalho e Consumo (ambos com 6%).
O sector de Saúde e Farmacêutica foi o menos afectado com apenas 5% dos incidentes registados e que se concentraram em Julho de 2021 e Agosto de 2022, com o sector da Saúde em si a representar 93% dos 421 registos.
As percentagens aferidas a nível nacional encontram-se alinhadas com as principais tendências a nível europeu, com algumas diferenças. Na área das Viagens e Entretenimento, por exemplo, 72% dos registos tiveram origem em grupos de crime organizado, enquanto na Europa a média foi de 50%. No sector dos Media, 73% dos incidentes em Portugal tiveram origem nestes grupos, quando a nível europeu é de apenas 39%.
O relatório caracteriza, ainda, os incidentes em várias dimensões, incluindo em termos temporais. E embora não possa falar-se na existência de padrões, verifica-se que em sectores como o Retalho e Consumo, a maioria dos incidentes foi registada nos meses de Julho, Agosto, Novembro e Dezembro de 2021 e Marco, Abril e Agosto de 2022. Já no sector das Viagens e Entretenimento, os incidentes ocorreram sobretudo em apenas três meses, Agosto de 2021 e Março e Agosto de 2022.
No sector Financeiro, os meses mais intensos foram os de Fevereiro e Agosto de 2022, sendo que o pico de incidentes ocorreu no mês de Abril de 2022. Os sectores da Saúde e Farmacêutica apresentaram uma maior intensidade de registos em Julho e Dezembro de 2021 e Maio de 2022, sendo a informação de saúde dos utentes o principal alvo, embora na Europa os Sistemas de Negócios tenham sido os principais alvos de ataque.
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