Os indicadores explorados pelo Gabinete de Cibercrime da Procuradoria Geral da República revelam que, após a eclosão da situação provocada pelo novo coronavirus, o número de cibercrimes “multiplicou-se de forma exponencial” nos primeiros cinco meses do ano.
A quantificação estatística do cibercrime inclui, além dos
crimes informáticos clássicos, crimes tão diversos como burlas em plataformas de vendas online, divulgação ilícita de fotografias, crimes contra a honra, difusão de pornografia infantil ou crimes contra o direito de autor. Uma boa parte destas práticas criminosas, que já existia anteriormente, ganhou um novo espaço nas redes de comunicação e informação. As estatísticas da Justiça, em geral, aglomeram os crimes segundo os tipos legais (por exemplo burlas, crimes contra a honra, crimes contra o direito de autor), não considerando autónoma ou separadamente aqueles que ocorrem online.
As queixas de crimes online recebidas pelo Gabinete Cibercrime têm vindo consistentemente a aumentar, desde 2016. As denúncias recebidas no ano de 2020 (mesmo sabendo que apenas se contabilizaram até 31 de maio) superaram “já em muito as dos anos anteriores”.
Por exemplo, tendo em conta os dados de 2018, a progressão para 2019 foi de 120% denúncias a mais. Quanto à evolução de 2019 para 2020 (e apenas considerando as denuncias entradas até 31 de Maio de 2020), a progressão é já de 139% denúncias a mais.
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