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Na generalidade todos nos lembramos onde estávamos ou o que fazíamos a 11 de Setembro. Os impactos deste acontecimento estenderam-se além-fronteiras, afectando economias, políticas, mentalidades, liberdades, paradigmas e formas de fazer.

Alterou-se a nossa visão do mundo e do outro. Foi disruptivo. A segurança e a capacidade de resiliência de um povo e de todas as forças de emergência, segurança e saúde foram testadas e colocadas no centro do debate. Hoje, decorridos quase 20 anos, acreditamos estar mais capacitados para responder a esse tipo de cenários.

Pelo meio, fomos confrontados, entre outras coisas, com crises económicas e financeiras que, também elas, tiveram impactos globais. Decorridos quase 12 anos tornamo-nos certamente mais atentos e acautelamo-nos, sendo hoje capazes de melhor responder a situações semelhantes.

E, na espuma dos dias, fomos confrontados também com as nossas próprias crises, paradoxos e questionamentos. As superações são diárias e, dizemos: se assim não fosse não teria graça. São esses desafios que nos tornam maiores.

Somos, sistematicamente, postos à prova. Somos constantemente “convidados” a ir à luta. E há batalhas que não gostamos de perder. E há momentos que não queremos ouvir: “o que interessa é participar”. Há lutas que travamos, e que aceitamos travar, para vencer.

A 1 de Dezembro de 2019 o mundo acordou com aquilo que muitos perspectivavam e temiam há algum tempo. Só visto no grande ecrã. Naqueles filmes que muitas vezes antecipam os mais trágicos cenários. Wuahn, na província chinesa de Hubei, encetava a sua luta contra o inimigo desconhecido, o SARS-COV-2.

A partir daí, a escalada tem sido constante. Galopante. A globalização é também isto. Num mundo veloz, de rápidos consumos, onde em escassos segundos uma publicação no twitter se torna “viral”, onde fake news “contaminam” até os mais avisados, queremos e esperamos que este momento também seja rápido e este vírus descartável.

A 12 de Março de 2020, a China declarou o fim do pico da COVID-19. A 13 de Março a Europa tornou-se o centro da pandemia, os Estados Unidos declarou o estado de emergência. Portugal está em alerta.

Aos nossos dirigentes e responsáveis pedimos a liderança e a capacidade de coordenar e alinhar as tropas, como maestros de uma orquestra, de batuta na mão. E somos todos parte dessa orquestra. Basta um para o todo desafinar.

Os verdadeiros líderes são de carne e osso e somos todos nós. E, cada um de nós, dentro das nossas empresas e famílias temos um papel a desempenhar. Enquanto cidadãos, temos o dever de assumir a nossa responsabilidade, avançar com os nossos planos de contingência e tomar medidas.

Que este sirva também como um momento de reflexão sobre os nossos verdadeiros valores. Sobre o que nos move. Que seja um momento para pensarmos nos “outros”, nos que amamos, nos que gostamos, e nos que gostamos menos também. Os “outros” enquanto humanidade, os outros que somos nós.

Que seja um momento para pensarmos no tempo que temos perdido com o desnecessário. Pensarmos no que consumimos, como consumimos e como nos deixamos consumir. Pensarmos na necessidade de união e na construção de alianças, pontes e laços.

É um momento de pensarmos como nos organizamos enquanto sociedade e comunidade. De reflectirmos sobre a forma como trabalhamos e de pensarmos em formas alternativas. De percebermos como aproveitamos o nosso tempo e percebermos porque temos cada vez menos tempo.

Parece ironia mas esta disrupção não é feita de ódios, de guerras ou de lutas. E esse deveria ser também um alerta. O mundo gira e avança. Coloca-nos à prova. Dá-nos oportunidades. Procuremos a calma, a paz, o amor e a união.

Este é um momento de mudança. Mudança, essencialmente, de mentalidades e comportamentos. Que não tenhamos memória curta. Mais do que nunca, a nossa capacidade de resiliência está a ser testada. A história e as estórias fazem-nos acreditar que unidos, conseguimos dar a volta. Superarmo-nos. Reinventarmo-nos.

Contamos consigo. Estamos consigo.

 

A equipa da Security Magazine

geral@securitymagazine.pt

 

 

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