Por Magda Peralta, Técnica superior de SST, Megasa, SN Seixal
O ano de 2010 foi um ano atribulado, pois tinha acabado de ser mãe e ao mesmo tempo abracei o mestrado de SST, um tema se impunha, o que fazer? Bem, nem sempre essa tarefa é fácil, mas na altura, muitas empresas referiam-me a dificuldade de saber os custos que tinham com os acidentes de trabalho.
Os acidentes de trabalho e as doenças profissionais representam, para as empresas e para o país, um encargo muito preocupante. Preocupante em termos económicos, e mais ainda, em termos humanos e sociais.
Ao longo dos anos, várias foram as metodologias desenvolvidas para determinar os custos dos acidentes de trabalho, tendo sido pioneiro nesta área H.W. Heinrich, que teve um papel determinante e propulsor para o interesse das empresas nesta área, passando a olhar para os acidentes, e sobretudo para os custos destes, com maior especificidade.
Surgiram, entretanto, após esta primeira abordagem, vários outros autores com diferentes metodologias. A escolha da correcta metodologia de cálculo é determinante para a identificação e determinação dos custos que estão a ser gerados, podendo, assim, haver uma resposta a uma série de questões que aos gestores se colocam, sobretudo nos chamados custos invisíveis ou indirectos. Por exemplo, qual o custo do tempo despendido pelo médico do trabalho com o acidentado? Qual o custo da deslocação e tempo de paragem do acidentado e dos técnicos? Quanto se gastou em melhorias nos equipamentos? Qual o custo equipamentos de protecção individual? E se este custo ao aumentar estiver directamente relacionado com a diminuição dos acidentes? Quantos dias de trabalho foram perdidos, anualmente, pelos trabalhadores acidentados? Qual o custo desses dias em termos de produtividade?
Tais perguntas, muitas vezes difíceis de responder, são determinantes para saber o que fazer para reduzir os custos dos acidentes de trabalho. O que concluo, ao longo de todos estes anos de SST a calcular e a propor medidas preventivas, é que os investimentos em prevenção, diminuem os custos com os acidentes de trabalho.
Podemos ainda, através destas análises e cálculos, apresentar dados concretos, servindo de base para comprovar a importância do investimento na área da SST, uma vez que ao reduzirmos custos com os acidentes de trabalho, com medidas preventivas eficazes, estamos a aumentar a produtividade na empresa. A SST deve ser uma aliada importante nas decisões tanto à nível de produção como de manutenção e segurança.
