Coronavírus ameaça interromper mercado global de videovigilância

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A escassez de mão-de-obra e componentes na China pode prejudicar seriamente a indústria global de videovigilância. Segundo um relatório da Omdia, antiga IHS Markit, o recente surto de coronavirus poderá ter um impacto significativo no mercado global de videovigilância devido à queda da procura e dos problemas causados pela falta de mão-de-obra e componente provenientes da China.

A China representa hoje 90% da produção global de câmaras de videovigilÂncia e 45% da receita do mercado mundial. Segundo o estudo, qualquer interrupção na produção relacionada com o coronavirus, assim como nas cadeias de abastecimento e mão-de-obra no país poderá afectar o mercado, o qual registou 20 mil milhões de dólares em 2019.

“Sendo a China o maior produtor e consumidor mundial de câmaras de videovigilância, o país exerce uma grande influência no mercado global destes produtos”, diz Tommy Zhu, analista sénior da consultora. “Actualmente, os fornecedores de equipamentos de videovigilância na China estão a ver a sua produção reduzida devido à falta de mão-de-obra e a atrasos após o ano novo chinês. Enquanto isso, a procura interna de produtos de videovigilância de uso geral provavelmente cessará ou sofrerá atrasos , pois o Governo chinês está concentrado em controlar o virus”.

O responsável acrescenta que o bloqueio da província de Hubei afectou severamente as áreas vizinhas – como Pequim e Xangai, como as províncias de Guangdong, Zheijiang e Jiangsu – as quais estão a tomar medidas para controlar a sua propagação. Uma das medidas foi a extensão do feriado nacional, com a maioria das regiões a terem indicações para permanecerem encerradas até 10 de Fevereiro. Além disso o país impôs quarentena de 14 dias a sectores específicos.

“Apesar de as questões laborais terem tido um impacto menor até ao momento, se a epidemia continuar a espalhar-se e as infecções continuarem a aumentar no segundo trimestre, os efeitos do coronavirus no fornecimento de hardware para a videovigilância serão graves, não apenas na China como em todo o mundo”.

Simultaneamente, as questões de abastecimento e transporte também estão a ter um impacto enorme do fornecimento de equipamentos. Paralelamente, a China conta com grandes fornecedores de lentes, sensores CMOS e chips e outros dispositivos.

O mesmo estudo indica que se a epidemia for contida com sucesso até ao final de Março e as interrupções forem reduzidas até Abril, o impacto neste mercado será menor. No entanto, se a epidemia continuar a espalhar-se e as infecções aumentarem no segundo trimestre, os efeitos serão graves.