O M-Smart é o cartão desenvolvido pela Power of Touch Technologies, uma empresa portuguesa sediada no Funchal, Madeira. A Security Magazine falou, hoje, com Paulo Abreu e Marco Erra, senior developers durante a Web Summit, em Lisboa.
“Trata-se de um smartcard com leitor de impressões biométricas. Este é o único factor que desbloqueia todo o acesso ao cartão, ou seja, sem impressão digital do detentor do cartão não é possível aceder ao seu conteúdo”, explicou Marco Erra.
Além das funções normais de um smartcard, este conta com uma capacidade de armazenagem de 4gb, sendo possível guardar informação só acessível por impressão digital.
Dentro do cartão, as aplicações podem ser muitas, o que permite que o mesmo cartão possa ser usado em diferentes ambientes. Por exemplo, é possível utilizá-lo o para aceder a determinada área dentro da empresa, como para andar nos transportes públicos, aceder a museus ou locais da hotelaria. “Neste protótipo queremos fazer no Funchal uma smart city onde todos os serviços estão interligados”, refere.
Ainda que possa ser um cartão pessoal, o mesmo poderá ter outras utilizações. “O mesmo cartão pode ter até cinco impressões digitais para áreas completamente distintas e seguras. Neste sentido permite, por exemplo, aceder a uma área de alta segurança de uma infra-estrutura crítica em que é necessária a impressão digital de três pessoas no mesmo cartão”, refere Paulo Abreu. Além disso, pode ser usado também ao nível do controlo de assiduidades, sendo que apenas o próprio portador do cartão pode validar a sua presença numa empresa ou organismo público, por exemplo.
A fase de implementação do projecto arrancou há três meses e conta com 25 aplicações práticas com 10 organizações envolvidas. “Já ultrapassámos a fase de levantamento das necessidades de cada entidade, que nos permitiu construir as aplicações em cima dessas necessidades”, explicam. Actualmente as implementações estão a acontecer em entidades públicas e privadas, nomeadamente da área da saúde, portuária, distribuição de águas e electricidade.
O sistema foi desenvolvido em conjunto com a Universidade da Madeira. “Nos próximos dois a três meses esperamos estar nas primeiras fases de testes no terreno”, aponta Marco Erra. Como acrescenta, “o universo da Madeira é grande o suficiente para ser uma excelente prova de conceito, mas não tem a dimensão para ter a complexidade de projectos que se arrastam durante muitos anos. No fundo temos ali um laboratório que permite ter neste projecto 20.000 a 30.000 pessoas”.
Paulo Abreu sublinha que “todos os projectos identificados e que vão ser desenvolvidos são para utilização e as entidades que os lideram querem-nos aplicados dentro da empresa, ou seja, são para continuar”.
O cartões são feitos na Malásia, cuja empresa já mostrou intenções de investir numa nova fábrica na Madeira.