ERGONOMIA: o que é e o que ela pode representar para a sua qualidade de vida e a da sua empresa?

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Algumas pessoas podem ainda não saber o real significado da palavra ergonomia, mas é certo que a maioria delas já sentiu “na pele” (ou nas costas, no pescoço, nos punhos) a falta dela.

Entender um pouco acerca deste tema pode facilitar a nossa relação e interação com os sistemas e ambiente envolvente aos quais estamos expostos. Por exemplo, auxiliar na escolha de móveis adequados para casa ou escritório, na compra de equipamentos e máquinas para o local de trabalho ou mesmo na escolha de ferramentas adequadas para desempenhar determinada tarefa. Pode, ainda, ajudar a entender e definir a melhor postura e movimentos corretos para determinadas ações e, com isto, melhorar consideravelmente a qualidade de vida, seja pessoal, seja no trabalho. Tudo isto se traduz em maior eficiência e, como consequência, mais produtividade.

Existem inúmeros conceitos de ergonomia e todos são imprescindíveis para entendermos acerca deste tema.

Numa publicação da Organização Mundial da Saúde – OMS, Singleton (1972), definiu ergonomia como “uma tecnologia da conceção do trabalho baseada nas ciências da biologia humana”.

Para Wisner (1987), a “ergonomia constitui o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao ser humano e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia”.

A Ergonomics Research Society do Reino Unido, define ergonomia como “o estudo do relacionamento entre o ser humano o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia, na solução de problemas surgidos neste relacionamento”.

Os conceitos não param, mas todos convergem para um só sentido:  um trabalhador confortável, saudável, feliz e bem disposto é mais eficiente; e que esta eficiência gera um produto final com mais qualidade e aumento de produção. Porém o maior ganho está na diminuição de custos com absentismo e afastamentos, bem como de perdas de produção.

O principal objetivo da ergonomia é adaptar o trabalho ao homem, sempre levando em consideração as suas características físicas e psicofisiológicas e desenvolvendo, bem como aplicando técnicas e formas eficientes e seguras para o desempenho adequado das tarefas. Tudo isto com vistas ao conforto, a segurança, ao bem-estar e a eficiência do indivíduo.

No contexto laboral, a ergonomia lida com a prevenção dos acidentes de trabalho e doenças profissionais relacionadas às lesões musculoesqueléticas – que podem causar limitações ou mesmo incapacidades ao trabalhador; sugere a criação de locais adequados de trabalho; cria métodos laborais, sistemas de retribuição de acordo com o rendimento e determina tempos, ciclos e ritmos de trabalho. Ainda, intervém nos processos degenerativos das sobrecargas mentais e psicossociais no ambiente de trabalho.  O conceito de Ergonomia aplica-se também à qualidade de adaptação de uma máquina ao seu operador, proporcionando um eficaz manuseio e evitando esforços físicos extremos, repetitividade, monotonia, posturas inadequadas, etc.

Utilizar soluções ergonómicas no local de trabalho é uma iniciativa que pode aumentar significativamente os níveis de satisfação, eficácia e eficiência do trabalhador, refletindo consequentemente na diminuição de custos e no aumento da produtividade nas empresas.

 

Por Márcia de Araújo Pereira

Mestre em Ergonomia, Pós-graduanda em sistemas de gestão integrados: ambiente, qualidade e segurança, Técnica Superior de Segurança do Trabalho, Pós-graduada em Engenharia de Produção – ênfase em Ergonomia, Formadora na Healthy Generation.

 

Bibliografia

Singleton, W. T. (1972). Introduction to ergonomics. Geneva: Geneva : World Health Organization. Fonte: http://www.who.int/iris/handle/10665/37137

Wisner, A. (1987). Por dentro do trabalho: ergonomia, método e técnica. (F. M. Vezzá, Trad.) São Paulo: FTD / Oboré.