Polícia, protecção civil, bombeiros e, até mesmo, veículos de serviço afectos a câmaras municipais, aeroportos ou auto-estradas em Portugal estão a utilizar os produtos da Haztec. Como um dos seus distribuidores locais, a inglesa Haztec conta com uma parceria com a portuguesa Micotec – a qual já deu frutos. Nos últimos dois anos, as duas empresas instalaram mais de 1000 pontes (lightbars) no mercado nacional. As novidades, investimentos e instalações prosseguem a bom ritmo, antecipando-se a chegada de novos produtos ao mercado em breve. A Security Magazine falou com o Luís Lázaro, european sales manager de língua portuguesa da Haztec, e Joaquim Miranda, manager da Micotec, nas suas instalações no Taguspark.
Quando surgiu, em 1982, a Micotec distinguiu-se ao nível da segurança rodoviária, através do fornecimento e manutenção de equipamentos e sistemas de controlo de velocidade para as forças de segurança portuguesas. Hoje, mais de três décadas depois, a realidade é outra.
À frente da empresa, desde 1990, Joaquim Miranda cedo percebeu a necessidade de apostar noutras geografias e áreas de actividade, não só devido às oscilações do mercado nacional, como ao crescimento e à própria estratégia empresarial. A aposta inicial passou pela entrada nos PALOP, com especial destaque para Angola e Cabo Verde, países de Leste e, mais recentemente, o Cazaquistão. Simultaneamente, surgiram novas áreas de actividade. Actualmente, além da segurança rodoviária, a Micotec disponibiliza produtos e serviços ao nível da segurança de instituições, equipamento de forças policiais e equipamento de defesa e segurança.
Com o Estado como principal cliente, “através de respostas bem-sucedidas a concursos públicos”, Joaquim Miranda sublinha que as alterações políticas “têm cada vez menos impacto” no que toca a novos contratos de fornecimento e aquisições. Como justifica, “a problemática da segurança está a ser levada cada vez mais a sério pelas nossas forças de segurança, fruto, em parte, das evidências do terrorismo, e também do número de mortes nas estradas portuguesas”. Situações que, segundo refere, “fazem pressão junto dos nossos governantes para tomem medidas e reforcem o investimento em mais meios”.
A Micotec assume-se muito mais do que um instalador, investindo na componente da consultoria, formação e oferta de outros serviços de valor acrescentado ao cliente. Com um mercado altamente competitivo, Joaquim Miranda salienta que a empresa procura marcar a diferença através da proximidade ao cliente, assim como pelo acompanhamento constante de novidades e produtos junto dos seus fornecedores, “oferecendo um bom custo-benefício ao erário público”. “É um trabalho sistemático e constante”, comenta.
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Novas oportunidades
Fruto desse trabalho e da necessidade de crescimento, a Micotec celebrou, há dois anos, um acordo com a inglesa Haztec, o qual visa a distribuição, instalação e assistência técnica aos produtos da marca em Portugal.
Com 17 anos de actividade, a Haztec tem como core business a produção de material de sinalização de segurança luminosa e sonora. Com sede em Leeds, Inglaterra, o negócio da empresa foi vencedor do Queen’s Award for Export: International Trade, distinção que reconheceu o compromisso estratégico da empresa no desenvolvimento e comercialização de produtos que visam a satisfação das necessidades de muitos mercados de exportação na Europa, Ásia, Australásia e Américas. A empresa mostra-se há muito empenhada em reconhecer a importância do conhecimento local de mercados individuais e, por esse motivo, envolveu Luís Lázaro. O responsável português vem reforçar a presença da Haztec nos mercados de língua portuguesa em Árica, Brasil e Timor.
Projectos pontuais no passado ajudaram à aproximação das duas empresas. “Fruto de uma parceria, em 2006, o contacto entre as duas empresas surgiu naturalmente”, recorda Joaquim Miranda.
Para Joaquim Miranda, o grande factor diferenciador da Haztec, que tentou agarrar desde cedo, reside no facto de “oferecer um produto com garantia de cinco anos na maioria dos produtos led”. Para assegurar a sua funcionalidade durante esse período, “é necessário existir um conjunto de profissionais e equipamento a assegurar a sua manutenção e operacionalidade, o que encaixa perfeitamente na nossa forma de trabalhar, existindo convergências importantes”. Além disso, acrescenta que “a fábrica da Haztec responde rapidamente às necessidades dos clientes, ou seja, é responsiva a qualquer situação”, algo essencial nesta área de negócio.
Luís Lázaro corrobora da opinião de Joaquim Miranda no que toca às questões da garantia. “Cinco anos de garantia é uma enorme mais-valia para o mercado nacional, especialmente quando todos os fornecedores oferecem apenas dois anos”. Além disso, salienta o elevado grau de customização dos produtos. “As nossas pontes são altamente personalizáveis, podendo adaptar-se a qualquer necessidade, situação e gosto do cliente. Uma das grandes vantagens face à concorrência é o facto de nos conseguirmos moldar ao cliente”. Em termos desta tipologia de produtos, salienta também a simplicidade de programação dos equipamentos. “Basta um computador, o download do programa e a programação fica concluída, tanto em comandos, amplificadores ou pontes”, diz.
Além desta diferenciação, Luís Lázaro destaca a importância do serviço de assistência técnica fornecido pela Micotec. “A Haztec pretende sempre resolver qualquer situação no espaço de 24h, tendo como máximo as 48h, para produtos em garantia e não garantia e a Micotec tem essa capacidade.
Certificação é uma preocupação
Como factor de destaque, Luís Lázaro refere ainda a certificação das pontes, balizas e luzes direcionais da Haztec com o standard ECE R65 das Nações Unidades (também conhecido como EC65). “A homologação dos produtos é uma questão cada vez mais importante nesta área”, diz.
“O mais importante é que o regulamento estabelece padrões para a intensidade da luz (brilho), garantindo que as luzes de advertência e as balizas emitem luz suficiente em todos os ângulos necessários para uma advertência totalmente eficaz. O processo de aprovação também verifica a protecção contra a entrada de água, a frequência do flash e a cor da luz na classe 1 ou as condições da classe 2 mais rigorosas”.
A este nível destaca a norma europeia R65, instalada em Portugal desde 2005, relacionada com a distância de visibilidade, estanquicidade e visibilidade 360º. Esta regra vai mais além ao incluir a classe 1 e 2 nas suas especificações. “A classe 1 refere-se apenas a uma intensidade e a classe 2 assegura que existem duas intensidades, uma para o dia e outra para a noite”.
Além disso, acrescenta que “todos os produtos da Haztec são homologados com a R10”, (norma da compatibilidade eletromagnética) norma que assegura que não há interferências com os sistemas das viaturas, nomeadamente com as comunicações por rádio”.
Como aponta Joaquim Miranda, “apesar de a classe 2 da norma R65 ser relativamente recente é algo que é pedido nos cadernos de encargos, notando-se uma clara mudança de mentalidade a este nível”. Como acrescenta, “as forças de segurança estão cada vez mais a exigir boas práticas, nomeadamente ao nível da certificação, algo que não era tido em conta há uns anos”.
Inovação reforçada
Quanto a fornecimentos, Luís Lázaro destaca a entrega de “53 viaturas para a câmara do Porto, destinados à protecção civil e polícia, em carros caracterizados e descaracterizados”. Além destas, somam-se mais 70 viaturas para as Polícias Municipais de Lisboa, Sintra, Loures, Oeiras, Paredes e Albufeira.
E desengane-se quem considerar que neste sector não existe inovação. Prova do contrário é o que se verifica na Polícia Municipal do Porto, cuja frota é entre 70% a 100% eléctrica. “Houve algumas modificações nos carros da polícia, a qual estava acostumada em ter uma bateria de gel com conversor de corrente para trabalhar a 220v no interior do veículo. Já a Polícia Municipal do Porto tem essa bateria mas com uma melhoria, ou seja, um carregador de baterias dentro do próprio carro, desenvolvido pela Micotec”, avança.
“As viaturas estavam pensadas com um sistema de alimentação auxiliar para não esgotar a bateria do carro quando este fica muito tempo parado. Face à nossa experiência, considerámos que faria sentido dar-lhe mais autonomia através de um carregador interno”, acrescenta Joaquim Miranda. Como aponta, “já tínhamos o projecto e procedemos à sua adaptação a essa circunstância, algo que exemplifica a nossa forma de trabalhar e interesse em complementarmos a nossa oferta, acrescentando-lhe valor”. Neste momento, a ideia das empresas passa por implementar a solução noutras polícias.
Neste tipo de instalação, Joaquim Miranda salienta a importância da aproximação às marcas de veículos. “Quem lança os concursos são as instituições, mas quem vende o produto completo são as marcas. Nesse sentido, a aproximação é muito importante”. Até porque, justifica, “na parte técnica pretendemos fazer instalações com a garantia da marca, ou seja, não fazemos intrusão na viatura”.
Mercado dinâmico
Quanto a novidades e novos produtos, Luís Lázaro destaca o recente investimento realizado pelos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Beja, Ponta Delgada e Funchal em novas pontes para as viaturas de sinalização, os conhecidos sinais de mensagem led FOLLOW-ME. “Há cerca de um ano, o Aeroporto de Lisboa lançou-me o desafio (…), a fábrica da Haztec, passado mês e meio, disponibilizou uma ponte com um ângulo do módulo do led de 5%, ligeiramente inclinado, e com uma determinada cadência de disparos (norma internacional dos aeroportuárias)”. O sucesso foi tal que, além da presença nos aeroportos nacionais, já aeroportos de Itália, França e Espanha demonstraram interesse no produto. “Esta situação é mais uma prova de que conseguimos moldar-nos às necessidades do cliente”.
Outra novidade trazida pela empresa para o mercado nacional foi a instalação sonora programável entre 20 a 200w. Como explica Luís Lázaro, as motas da polícia trabalhavam com uma potência de 30w ou 30+30. “Há dois anos trouxemos 50+50w”.
Já este ano a empresa lançou no mercado a nova ponte modular Xpert-SLX, classe 2 EC65 aprovada, disponível com tecnologia de quatro cores, com 54.5mm de altura e controlo CANBUS – uma solução presente em todos os sistemas da marca que possibilita a ligação completa de uma ponte através de um único cabo telefónico.
Por fim, o responsável salienta o desenvolvimento que está a ser feito no sentido de introduzir uma solução de módulos encastrados nos tejadilhos das viaturas, para aplicações onde a ponte não é apropriada. Neste sentido, a Micotec já está em conversações junto de alguns carroçadores em Portugal.
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Parceria com futuro
Apesar de não ser representante exclusivo para Portugal da marca, a Micotec é o único agente certificado para manutenção de pontes da Haztec no país. Com uma relação de exclusividade com mais de 10 fornecedores em Portugal, Joaquim Miranda não esconde o desejo de ser representante principal da Haztec. “Temos expectativas interessantes de sermos o principal parceiro em Portugal no âmbito da sinalização sonora e luminosa”, refere.
“Temos condições, um bom suporte da fábrica e a ligação a novos clientes, estamos a desenvolver acções conjuntas e temos uma infra-estrutura técnica com dois técnicos e um comercial dedicado”, comenta Joaquim Miranda. Como acrescenta, “com um produto moderno em que acreditamos e com a abordagem pró-activa da fábrica, temos as melhores condições para investir nesta parceria. Antecipo um período de trabalho árduo mas um grande sucesso”. Luís Lázaro também reforça o futuro da parceria. “Vejo que a Micotec tem muita capacidade, tanto técnica como comercialmente, para fazer ainda mais do que o que existe em Portugal.”